sexta-feira, 25 de maio de 2018

adequação


As vezes eu não me sinto eu mesma.
Eu olho para as minhas mãos e elas não parecem minhas
Eu sinto os meus cabelos mas eles não parecem meus.
Minhas roupas parecem emprestadas de alguma prima.
Eu não estou conseguindo trabalhar muito menos estudar. Sou basicamente um peso de papel gastando gasolina de um lado para outro fazendo absolutamente nada.

Em uma das aulas o professor falou sobre um filósofo chamado Espinoza. Ele basicamente dizia que a felicidade, a alegria estava baseada em a pessoa se sentir adequada ao meio, na liberdade da adequação. Eu me sinto adequada? Adequada a que?
Não e nada.

Ontem minha psicóloga falou, em outras palavras, que meu "desconforto" e minhas atitudes vem de um sentimento primitivo. Pelo que eu entendi, algum tipo de trauma que eu bebê ou criança passei mas não consegui entender na época. Nem consigo entender agora.
É um buraco que eu honestamente não sei se quero cavar.
Apesar de ser a primeira coisa em quase 2 anos de terapia que ela me disse que me fez pensar se vale a pena continuar, talvez a gente esteja exagerando. Talvez não seja nada. Só sei que 220 reais por 40 minutos é um preço bem caro para ficar fazendo drama em uma sala fria.

Um comentário:

  1. Linnah, tenho tanto carinho por você, mas tanto! Gosto de ter notícias suas, mesmo que não sejam as melhores.
    Sabe do que me lembrei? Uma vez, lá em 2006 ou 2007, você me propôs o seguinte: "vamos escolher algo gostoso que queremos comer, e vamos comer". Você foi comprar um sonho na padaria, e eu fui comprar palitinhos de chocolate. E comemos. Pura e simplesmente, comemos. Mesmo sabendo que em seguida viria aquele sentimento devastador de culpa.
    Portando, afirmo com toda a convicção do mundo: você é forte, é sobrevivente, perseverante. Sua luta é antiga, e você se ocupa dela há mais da metade dos anos que tem de vida.
    Às vezes, quando sofremos, nos entregamos por completo, mas com você sempre percebi que era diferente. Você não apoia a doença, embora ainda não esteja preparada para se libertar dela.
    Sobre a terapia, sim, é um preço caro que se paga. Mas encare como um investimento a longo prazo. Psicoterapias são longas, demandam muito de nós, pois, como você disse, é um buraco a ser cavado, que te fará encarar coisas que talvez te façam sofrer. Mas seja forte, por favor, não desperdice a felicidade que você merece alcançar. Há muito trabalho a ser feito e você já caminhou grande parte do caminho, não deixe que o medo de sofrer mais te desanime. Não será pior do que um dia já foi, isso tenho certeza.
    Você é lindaaaaa, uma princesa, transborda potencialidades. Se ame. Se encontre. Antes de tudo, se permita.

    Anne Darkness

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