sexta-feira, 25 de maio de 2018

adequação


As vezes eu não me sinto eu mesma.
Eu olho para as minhas mãos e elas não parecem minhas
Eu sinto os meus cabelos mas eles não parecem meus.
Minhas roupas parecem emprestadas de alguma prima.
Eu não estou conseguindo trabalhar muito menos estudar. Sou basicamente um peso de papel gastando gasolina de um lado para outro fazendo absolutamente nada.

Em uma das aulas o professor falou sobre um filósofo chamado Espinoza. Ele basicamente dizia que a felicidade, a alegria estava baseada em a pessoa se sentir adequada ao meio, na liberdade da adequação. Eu me sinto adequada? Adequada a que?
Não e nada.

Ontem minha psicóloga falou, em outras palavras, que meu "desconforto" e minhas atitudes vem de um sentimento primitivo. Pelo que eu entendi, algum tipo de trauma que eu bebê ou criança passei mas não consegui entender na época. Nem consigo entender agora.
É um buraco que eu honestamente não sei se quero cavar.
Apesar de ser a primeira coisa em quase 2 anos de terapia que ela me disse que me fez pensar se vale a pena continuar, talvez a gente esteja exagerando. Talvez não seja nada. Só sei que 220 reais por 40 minutos é um preço bem caro para ficar fazendo drama em uma sala fria.