segunda-feira, 21 de agosto de 2017

nada novo



Eu não sou boa em muitas coisas.
Na verdade eu sou boa em pouquíssimas coisas.

Eu não sou boa em ser uma pessoa equilibrada.
Eu não sou boa em manter a produtividade alta no escritório.
Eu não sou boa com relacionamentos amorosos
Eu fiz piano a minha vida toda e se você me pedir pra tocar uma peça um pouco mais complicada, é um lixo.
Eu não sou boa em fazer escolhas.
Eu não sou boa em administrar meu tempo.
Eu não sou boa em seguir as dietas que eu crio.
Eu não sou boa em perder peso.
Eu não sou boa em beber com moderação
Eu não sou boa em fumar/tomar medicamentos com moderação.
Eu não sou boa em esportes e nem em nenhuma atividade física.
Eu não sou boa em guardar segredos que não sejam meus.


Eu sou boa em criar dietas e planos alimentares impossíveis ou quase impossíveis
Eu sou boa em decepcionar
Eu sou boa com prazos
Eu sou boa em criar metas
Eu sou boa em organizar coisas que já estavam organizadas
Eu sou boa em criar cenários na minha cabeça de coisas que nunca irão acontecer
Eu sou boa em fazer drama por nada
Eu sou boa em... coisas que são ruins.

Então quando me perguntam pq eu quero tanto agradar meus pais ou fazer algo para que se sintam orgulhosos é pq é o MÍNIMO, é simplesmente o mínimo que eu posso fazer pra ser menos ruim.
Esse sábado eu saí com uns amigos e eu cheguei a conclusão de que não faz sentido. Não tem pq eu me forçar a isso sempre. Por melhor que seja a noite eu acabo sempre bebendo demais e 99% das vezes eu me arrependo de ter saído de casa. Por mais que eu lembre que quando eu não saía e dormia 15hrs por dia tenha sido uma fase "depressiva", não vejo vantagem em sair e fazer o que eu acho que eu deveria fazer pela minha idade.

Eu preciso de um tempo, de umas férias das pessoas, de ar. Eu posso ficar aqui no escritório durante horas e horas e ainda chego em casa menos cansada do que quando eu saio e encho a cara. Fora as calorias das bebidas que ainda são uma pedra no sapato.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

meio morta



Tô numa fase ruim.
Esses dias eu estava lembrando que a uns anos atras (uns 5) um colega meu que não me conhecia na minha época mais magra da escola mas que como estudava uma série acima me via pelos corredores falou:

-Você era meio morta né?
- Como assim meio morta?
- Eu e minhas amigas passávamos e te víamos e pensávamos que você era meio morta.

Eu não lembro o que eu respondi. Capaz de ter aqui no blog.
Mas de vez em quando esse diálogo me vem a cabeça. "Meio morta". Será que eu sou meio morta? Será que eu vivo uma meia vida?

O filme Garota Interrompida tem uma parte que a personagem principal tem um diálogo mais ou menos assim com um cara que conheceu:

- Eu tinha um amigo que via gente verde. O internaram e ele passou algum tempo em uma clínica.
- O que aconteceu com ele?
- Depois de um tempo ele disse que parou de ver gente verde e foi liberado.
- Ele foi curado!
- Não, ele ainda vê.

Talvez eu seja meio morta mas haja como se houvesse mais vida em mim. Talvez eu veja gente verde mas não possa falar pra ninguém. Ou talvez eu seja apenas louca.

Ou talvez, só talvez, no dia em que eu tomei vários comprimidos com a intenção de não acordar no outro dia, eu tenha morrido. Talvez ao invés de só ter ficado sonolenta o dia seguinte inteiro, uma parte de mim tenha ido embora e eu, desde então, seja assim, meio morta.