segunda-feira, 30 de abril de 2012

Re, Re, Re



"Refaço meus passos para tentar reencontrar o que perdi; volto à padaria, ao mercado, ao shopping e ao salão, recupero moedas e elásticos, mas se confundem com o asfalto os pedaços do meu coração. A musculatura é cinza, falta à ela o oxigênio que respiraram por mim, só o que posso fazer é colocar algodão para preencher os espaços vazios (cheios de necrose). Sei que o esperado era que eu me desfizesse em areia ou que de mim vazasse um líquido qualquer, jamais algodão, algodão é difícil de empurrar de volta para o lugar, principalmente quando não há pele o suficiente para me fechar.

Reescrevo diálogos, em prosa, reafirmando a necessidade de um ponto final.


Relembro dos erros e espero ansiosamente pela revolta, pois, para o último ônibus, só vendiam passagem sem data de volta.